Reunião de emergência na sede do Partido Republicano Português. O Almirante Cândido dos Reis, chefe militar da revolução, marca as operações para a noite seguinte.
3 OUTUBRO
Miguel Bombarda, médico psiquiatra e um dos conspiradores revolucionários é assassinado por um doente.
4 OUTUBRO
Madrugada
-Os 15 dirigentes máximos da revolução concentram-se nos Banhos de S. Paulo.
-Estava previsto que vários quartéis de Lisboa aderissem á revolução republicana, mas só se sublevam três: Quartel de Marinheiros, Infantaria 16 e Artilharia 1.
-Os navios cruzadores Adamastor e S. Rafael, ancorados no Tejo em frente de Lisboa, aderem à revolução, mas o navio almirante D. Carlos permanece nas mãos dos monárquicos.
-Colunas de militares que aderiram à revolução saem dos quartéis para se dirigirem aos pontos-chave que deviam tomar.
-Avançam por Campo de Ourique em Lisboa. Desencadeia-se uma troca de tiros com uma patrulha da Guarda Municipal fiel à monarquia.
-Os revolucionários juntam-se no largo do Rato e dali tentam avançar para o quartel do Carmo, mas defrontam-se e trocam tiros com uma barreira de guardas na Av. Alexandre Herculano.
-Os revolucionários verificam que não têm forças suficientes para prosseguir o plano e decidem concentrar-se na Rotunda onde se barricam.
-O Almirante Cândido dos Reis dirige-se aos Banhos de S. Paulo para conferenciar com os 15 companheiros que aí se encontravam. Concluíram que o golpe tinha falhado e decidem fugir. Cândido dos Reis toma o caminho de Arroios e desesperado com o fracasso suicida-se.
-A notícia do suicídio espalha-se lançando a maior consternação entre os republicanos.
-José Relvas e outros companheiros decidem ir para a redacção do jornal A Luta e redigem notícias a negar o suicídio, mas a consternação continua e muitos soldados e civis republicanos decidem abandonar a Rotunda.
-Por volta das 5 horas da manhã permanecem na Rotunda apenas 100 soldados e 50 civis com 5 canhões e algumas espingardas, comandados por Machado dos Santos.
Manhã
-Tropas monárquicas concentram-se no Rossio.
-Pelas 11 horas os navios que aderiram à revolução bombardeiam o palácio das Necessidades onde o rei D. Manuel II se encontrava.
-O rei foge de Lisboa e dirige-se para o palácio de Mafra.
Tarde
-Tropas monárquicas comandadas por Paiva Couceiro dirigem-se para uma colina acima da Rotunda, o alto da Penitenciária, e daí abrem fogo sobre os republicanos. São alvejados pelos republicanos a partir do quartel de Artilharia 1.
-Grupos de elementos da Carbonária dinamitam pontes, estradas e a linha-férrea para isolar Lisboa.
-A mãe de D. Manuel II, rainha D. Amélia e a avó, rainha D. Maria Pia, que se encontravam no palácio da Pena, em Sintra, decidem ir para Mafra juntar-se ao rei.
-Muitos republicanos, civis e militares decidem juntar-se ao grupo barricado na Rotunda, levando consigo armas e munições. Ao fim da tarde, já eram cerca de 1500 resistentes.
-As tropas de Paiva Couceiro dirigem-se para o Alto do Torel para daí continuarem a abrir fogo sobre os republicanos barricados na Rotunda.
Noite
-O quartel-general monárquico tenta chamar reforços a Lisboa, vindos dos regimentos da província. As colunas militares não conseguem entrar em Lisboa, pois todos os acessos à cidade tinham sido destruídos pelos grupos da Carbonária.
-Durante toda a noite há tiroteio cruzado, à distância, e ninguém sabia como a luta ia acabar.
-O navio cruzador D. Carlos é tomado pelos republicanos.
5 OUTUBRO
Manhã
-O embaixador da Alemanha sai à rua com uma bandeira branca a pedir tréguas para que os cidadãos estrangeiros residentes em Lisboa pudessem sair da cidade.
-Grupos de soldados monárquicos julgam que a bandeira branca significa que os oficiais se tinham rendido e decidem largar armas e confraternizar com os republicanos.
-Os oficiais da Marinha ameaçam bombardear a cidade de Lisboa com as baterias dos navios ancorados no Tejo.
-Às 9 horas Eusébio Leão, José Relvas e vários outros dirigentes republicanos entram na Câmara Municipal de Lisboa, assomam à varanda e dali proclamam a República com discursos inflamados.
-A multidão enche a praça do Município e aplaude a vitória republicana.
15.00
-A família real, acompanhada por alguns nobres e alguns criados, embarca no iate Amélia, na praia da Ericeira e o navio zarpa em direcção a Gibraltar.
-Aí permanecem uma semana. À excepção de D. Maria Pia, que era italiana e preferiu dirigir-se à sua terra natal, seguem todos para Londres.
Os selos foram uma das armas utilizadas pelos republicanos para fazer chegar à população so seus ideais e tornar mais conhecidos os seus dirigentes. Estes selos eram muitas vezes apostos na correspondência lado a lado com os selos emitidos pelos correios, recebendo também o carimbo da respectiva circulação...
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